Texto-Som [Processos Vocais, Poesia Sonora]

Secção 5 >

ARQUIVO É ANARQUIVO! [FortunAly]


Som-Texto (Poema sonoro) >

Capa de Porta-Voz, de Américo Rodrigues

Rui Torres: “Américo Rodrigues publicou “Porta-Voz” [Registo sonoro] em 2014, na Guarda, pela Bosq-íman:os records, acompanhado de um objecto de José Teixeira. Sintomático do que se vai ouvir: Américo Rodrigues é o responsável por “Poesia, vozes, brinquedos, trompa de caça, pedras, paus, trombone de aboboreira, megafone, búzio, chocalhos, campaínhas, unhas de lama, piaçaba e tubo de PVC”. Numerário é uma brincadeirrrrra, e brincando nos fazemos homenzinhos: contam-se aqui os números; sobrepõem-se as contagens dos números; risos, números, risos. Uma economia. Uma ironia com a economia.”

José Alberto Ferreira: “Na obra de Américo Rodrigues “[p]erdem eficácia os limites, o género e as fronteiras: música? Performance? Poesia? Ou novos gestos, densas paisagens sonoras que perseguem modos de se fazerem pluralmente? A poesia sonora de Américo Rodrigues: conjugando a pesquisa de procedimentos vocais conexos com o canto (…) com variações tímbricas, explorações glossolálicas e práticas verbigeradoras apontando à recognoscibilidade da palavra e ao seu uso como matéria fónica. As modalidades retóricas aqui privilegiadas vão desde as estratégias de motivação (ecos, rimas internas, glossolálias, onomatopeias, mecanismos de verbigeração e de associação vários), à desconstrução radical que transforma a matéria fónica em matéria plástica e acústica.”

Américo Rodrigues, “Numerário”


Texto-Som (Leitura) >

Soneto Soma 14x, de E. M. de Melo e Castro

Nuno M Cardoso, “Soneto soma 14x” de E. M. de Melo e Castro


Genealogia/derivação (História) >

Ctu Telectu é o título do primeiro álbum de Telectu, nome dado por Jorge Lima Barreto ao projecto formado por ele e por Vítor Rua no início dos anos de 1980. De Poemografias: “TELECTU é um agrupamento de música electro-acústica que concilia a escola repetitiva americana com superestruturas do rock e do jazz e da contemporânea improvisada. A sua música é estruturada por sistemas de repetição, sobreposição rítmica e desenvolvimento/cruzamento de figuras melódicas, na procura inédita de ambientes tímbricos, trabalhando sempre no sentido do lirismo electrónico.” Melo e Castro escreve o poema Sete Megatoneladas em 1968, onde surge a palavra “Telectu”.

Hugo Oliveira, em Alternativas e proposições para uma experimentação sonora na arte contemporânea portuguesa pós 25 de Abril: “o trabalho de Melo e Castro destaca-se também da seguinte forma na obra dos Telectu: (a) capa para as edições fonográficas Belzebu (1983, LP) e Digital Buiça (1990, LP); (b) experiências fonéticas e compositivas a partir do seu poema SONETO SOMA 14X (Off Off, 1984, LP); (c) colaborações em conjunto na execução de bandas sonoras para videopoesia. Esta colaboração de Melo e Castro com os Telectu é igualmente decisiva para documentar um par de ideias: (a) submeter a declamação de um poema a uma série de efeitos electrónicos, tendo em conta o poema em questão, SONETO SOMA 14X,o seu uso foi abordado como um elemento “concretista musical”, não havendo interesse numa mensagem a não ser a conceptual; (b) chegar a novos públicos através do formato fonográfico e dos arranjos gráficos. (…) É no tema CORNUCÓPIA que se escuta a experiência fonética a partir do poema de Melo e Castro SONETO SOMA 14X. Não havendo qualquer tipo de preocupação no sentido de fazer passar uma mensagem verbal, a voz que declama o soneto é usada como se se tratasse apenas de mais um som concreto no meio da composição, um instrumento apenas com um significado sonoro. No meio dos sons electrónicos de fonte “não identificável”, a voz processada através de um flanger (voz de João Perry), torna-se ainda mais resistente à percepção convencional, anulando de imediato a possível aproximação que se poderia estabelecer com uma mensagem verbo-semântica.” [<http://www.serge-against-bourg.net/mestrado/capituloII/ctu.html>]

Telectu e E. M. de Melo e Castro

TELECTU; Soneto soma 14x


Processo/manipulação (Kyma) >

Luís Aly: Ressonância


Esta sessão sobre processos sonoros e poesia sonora apresenta dezoito (18) secções distintas, com autonomia, não devendo por isso seguir a ordem aqui estabelecida, mas antes seguir uma sequência aleatória, gerada pelo FortunAly, programado pelo Nuno F. Ferreira para a Retroescavadora. Gere a sua própria sequência aqui: https://po-ex.net/anarquivo/textosom/. As 18 Secções (cada letra de ” A-R-Q-U-I-V-O-É-A-N-A-R-Q-U-I-V-O-! “) têm a mesma estrutura: Som-Texto (Poema sonoro); Texto-Som (Leitura); Genealogia/derivação (História); Processo/manipulação (Kyma).

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