Secção 2 >
ARQUIVO É ANARQUIVO! [FortunAly]
Som-Texto (Poema sonoro) >
Capa de Cicatriz:ando, de Américo Rodrigues
Rui Torres: “Publicado pela Bosq-íman:os records com o apoio da Luzlinar e do Instituto de Etudos da Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa, Cicatrizando reúne um conjunto de acções poéticas e sonoras nas quais são apropriados diversos materiais que têm origem na tradição oral portuguesa. Esses materiais, que vão desde lengalengas, orações e adivinhas até alcunhas e vocabulários de gíria, por si só não constituiriam novidade na obra do autor, rica em abordagens ao nosso património cultural. No entanto, em Cicatrizando temos como novidade estrutural a intervenção expressiva de certas tecnologias, as quais assumem um papel preponderante no processo de metamorfose a que são submetidos esses textos. De facto, a magia efémera das coisas que Américo Rodrigues captura com regularidade aparece agora inscrita em processos de desautomatização dos próprios mecanismos de reprodução de que é feito qualquer registo sonoro. Por isso, ao tornar visível esse aparato de reprodução, seja através da presença da materialidade dos sistemas de gravação, comunicação e amplificação que utiliza, seja ao introduzir expressivamente o telefone, o gravador de cassete, o megafone ou os intercomunicadores, o autor monta um conjunto de texturas sonoras do tipo meta-mediático, isto é, em que a própria reprodução técnica é desautomatizada e tornada reflexiva.”
Américo Rodrigues, “Orações e confusões”
Texto-Som (Leitura) >
O Sapato, de Salette Tavares [Leitura conjunta de poema litúrgico, para oficiante e participantes]
Leitura colectiva (all together now)
Genealogia/derivação (História) >
Manuel Portela: “Que a música contemporânea atonal e pós-atonal tenha recorrido a procedimentos idênticos aos da poesia sonora no tratamento da voz e da matéria linguística dos textos musicados indicia precisamente o espaço de transição em que a poesia, através da voz, se aproximava da música do corpo. Muitas obras para voz nas últimas décadas procuraram explorar a música da linguagem de um modo semelhante ao do poema sonoro. É esse o caso, por exemplo, de composições de Steve Reich, Gyorgy Ligeti e Mauricio Kagel, ou de quase toda a obra de Meredith Monk. Nesse afã em busca de expressividade, músicos e poetas conduziram a voz e os sons do corpo para além da notação escrita. Só a interpretação ao vivo e o registo gravado permitem aceder verdadeiramente a uma música da linguagem feita tanto da materialidade dos sons da voz, como da mecânica dos movimentos e dos órgãos corporais que os produzem.”
Capas de Canto Ecuménico, de Filipe Pires
Filipe Pires (1934-2015) nasceu em Lisboa, mas viveu no Porto desde 1960. Autor de vasta obra vocal, instrumental e electroacústica, nas modalidades de câmara, sinfónica, teatro musical e bailado. Pianista e compositor. Professor de Composição do Conservatório de Música do Porto, crítica musical no “Jornal de Notícias”. Seguiu cursos regidos por Boulez e Stockhausen em Darmstadt, estágio em Paris sob a orientação de Pierre Schaeffer.
Filipe Pires, “Canto Ecuménico” [Excerto]
Processo/manipulação (Kyma) >
Luís Aly: Mantra
Esta sessão sobre processos sonoros e poesia sonora apresenta dezoito (18) secções distintas, com autonomia, não devendo por isso seguir a ordem aqui estabelecida, mas antes seguir uma sequência aleatória, gerada pelo FortunAly, programado pelo Nuno F. Ferreira para a Retroescavadora. Gere a sua própria sequência aqui: https://po-ex.net/anarquivo/textosom/. As 18 Secções (cada letra de ” A-R-Q-U-I-V-O-É-A-N-A-R-Q-U-I-V-O-! “) têm a mesma estrutura: Som-Texto (Poema sonoro); Texto-Som (Leitura); Genealogia/derivação (História); Processo/manipulação (Kyma).
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