A criação de uma taxonomia para organização e classificação de um conjunto de materiais tão diversificado quanto o da Literatura Experimental Portuguesa constitui um desafio ao investigador. O sistema de organização do corpus seleccionado cruza, por isso, várias tipologias de classificação, aqui organizadas em duas áreas: Materialidades e Transtextualidades.
Materialidades
Suportes dos registos, isto é, a sua natureza material.
Performativas > Leituras e outras práticas artísticas realizadas ao vivo, com a possibilidade de intervenção do público: registos áudio, fotográficos e vídeo de manifestações e acontecimentos artísticos realizados ao vivo, leituras e peças de teatro, bem como textos preparatórios.
Planográficas > Obras bidimensionais apresentadas em superfícies planas e usando diferentes técnicas de inscrição: Caligrafias, Colagens, Desenhos, Pinturas, Impressões, Dactilografias, Electrografias, Gravuras, Impressões Digitais, Letraset, Serigrafias, Stencils e Tipografias.
Digitais > Objectos, eventos e tecnologias de inscrição baseadas em procedimentos digitais: Códigos, Emulações, Recriações, Releituras, Textos impressos e Textos preparatórios.
Tridimensionais > Obras tridimensionais, permanentes ou efémeras, apresentadas ou instaladas em galerias de arte, edifícios, parques e outros espaços públicos ou privados: Assemblages, Esculturas, fotografias e registos audiovisuais de Instalações, Livros de Artista e Poemas-objecto.
Fonográficas > Obras que foram concebidas originalmente como registos sonoros, bem como documentação relacionada: Dactiloscritos, Fonogramas, Partituras e Textos preparatórios.
Videográficas > Obras que foram inicialmente concebidas como videopoemas ou outras formas de trabalhos em vídeo, bem como documentos relacionados: Guiões, Textos preparatórios, registos fotográficos de Videogramas e Videogramas.
Transtextualidades
Sistema de “relações” que inclui as manifestações reflexivas sobre os sistemas simbólicos envolvidos.
Metatextualidades Autógrafas > Textos acerca de obras e práticas artísticas, escritos pelos próprios autores, incluindo Artigos em Jornais, Revistas e Livros; Documentários; Ensaios Críticos; Entrevistas; Introduções; Livros e Monografias; Manifestos; Posfácios; Prefácios; Recensões; Teses e Dissertações. (Textos dos autores).
Metatextualidades Alógrafas > Textos acerca de obras e práticas artísticas produzidos por agentes que não são autores das obras: artigos em Jornais, Revistas e Livros; Documentários; Ensaios Críticos; Introduções; Livros e Monografias; Posfácios; Prefácios; Recensões; Teses e Dissertações. (Textos sobre os autores).
Paratextualidades > Elementos textuais que ajudam a contextualizar as obras e as práticas artísticas: capas de diferentes tipos de publicações (livros, cassetes, vinil, VHS, CD áudio, CD-ROM, etc.); cartazes e outros panfletos relacionados com festivais, lançamentos de livros, exposições, performances, leituras e outros eventos artísticos; catálogos de exposições.
Hipertextualidades > Textos explicitamente derivados de outros: citações – fragmentos textuais de diferentes fontes -, paródias e pastiches, bem como todos os textos que reescrevem explicitamente outros textos.