Texto de Manuel Portela sobre a poesia gráfica de Ana Hatherly como um género intermédia que explora a relação entre a visualidade na escrita e a legibilidade no desenho. [Texto. pdf]
PORTELA, M. (2014). Uma reinvenção visual da leitura: a poesia gráfica de Ana Hatherly. In: TORRES, R. (Org.). Poesia Experimental Portuguesa: Contextos, Ensaios, Entrevistas, Metodologias. Porto: Edições UFP, p. 48-55. ISBN 978-989-643-121-1. Disponível em < https://po-ex.net/taxonomia/transtextualidades/metatextualidades-alografas/poesia-experimental-portuguesa-contextos-ensaios-entrevistas-metodologias >.
Resumo > Neste artigo analiso a poesia gráfica de Ana Hatherly como um género intermédia que explora a relação entre a visualidade na escrita e a legibilidade no desenho. Ao devolver o traço da letra à performatividade corporal da mão, os seus textos visuais mostram a função gramatológica do traço enquanto mecanismo diferencial que sustenta actos de leitura verbal e visual através do reconhecimento de formas e padrões materiais. Os actos de ver e de ler funcionam gestalticamente segundo movimentos reiterados do olhar entre o fundo e a figura, entre o branco e o preto, e entre as partes e o todo. A expressividade caligráfica e gestual da escrita visual depende ainda da retroalimentação entre graficalidade verbal e graficalidade visual, que permite ler o desenho a partir da palavra e ver a palavra a partir do desenho.
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