Texto de António Barros sobre ‘PaLavrar’. A partir de premissa de José Tolentino Mendonça. [Texto. Ligação]
A Palavra como um braço de excelência, como uma ideia de eleição primeira, é a premissa de José Tolentino Mendonça. E esse estar convida a um olhar buscando também quem procura gerir_gerar a Palavra.
“Para mim a melhor ideia de sempre é a palavra. A palavra é sobretudo um grande, um extraordinário invento da comunicação humana. Porque através da palavra nós dizemos o audível e o inaudível. O dizível e o indizível. O que está perto, e o que está distante. A palavra é por isso uma ponte que nós lançamos e que nos serve para viajarmos ao encontro uns dos outros. É o grande antídoto contra a solidão. A palavra é a invenção da comunhão, da comunidade. A palavra é o instrumento da relação. Tem um papel fundamental.
O meu contributo passa muito por recuperar a transparência das palavras. Propor de novo, como se elas estivessem a ser ditas pela primeira vez.
Buscamos a palavra para exprimir esta procura da verdade que é a ciência. Que é o conhecimento.
A palavra é o lugar da revelação. É o lugar da epifania. Deus revela-se no silêncio. Mas na palavra deus revela-se.
‘No princípio era a palavra’.
A palavra é sempre o começo” [José Tolentino Mendonça, 14 out 2013, The Next Big Idea].
PaLavrar a palavra é, e ainda antes de ser o Ser constante, um desafio a que a Palavra se insinue como condição de Vida. Como Vinho d’ Alma. Um deus para os ‘filhos de um deus maior’. Com asas outras. Com véus de pedra. Que se elevam e voam para além do Vinho. Dos braços de um deus sem vão. Com corpo de vidro. Esse vulto líquido sem medo de asas e (b)azares tantos. Sem medo dessas asas de pedra, tão ‘leves’, que fazem voar o Sentido. O Sentido no sentido primeiro; de começo. “A palavra é sempre o começo”. Ser a “Começar”; sem nunca mais deixar de começar.
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- PaLavrar, de António Barros