Mineral informe _do silêncio consequente

Momentos do percurso de António Barros. [Resumo. Imagens]


RESUMO: O balizamento provocado pela expressão de surpresa_medo_fascínio – manifesto de uma criança surda ao ouvir o primeiro som após a instalação de uma prótese auditiva – é o motor gerador da presente comunicação_memória. E logo temos no fundo do telescópio Augusto de Campos trazendo John Cage em “Lecture on nothing”, 1959, porque o silêncio obriga. Obriga o falar. Para mim o telescópio é olhar para dentro (António Aragão_AA) disse, pioneiro da performance art, este galvanizador das artitudes a fazer frente à arte do seu tempo, privando com Cage, confrontando o ruído, e até o urro (“poesia urro”, 1980, AA) com o silêncio e a mudez construtora. Falante. De um “Vulcânico PaLavrador”. Se o desígnio rosto da criança foi galvanizador da identidade de Artitude:01, comunidade artística que procurei, este dentro – dado pelo telescópio sonoro resgatado ao meio ambiente (R. Murray Schafer) – é condição distintiva da vocação educativa que a arte traz [pode trazer, quer trazer] mormente quando performativa da pessoa de si. A surpresa_medo_fascínio do sonoro ensina, mas, e não menos, a sua ausência galvaniza. O silêncio gerador. Como um mineral informe trazendo condição (M. Yourcenar), como ente nascido _do silêncio gerador. Para além das palavras. Das palavras_imagens. Mesmo quando, e se, preSente, auSente, s(e)Ente. E se digo, digo, quero dizer nas palavras convocando o sentir; a educar o sentir dentro dos silêncios que ensinam, pois: as palavras são consequentes, os silêncios também (Jean-Paul Sartre).



V(l)er tb > Itinerários sonoros na performance art: processos de criação e recriação artística


[Agradecemos a António Barros a autorização que permitiu disponibilizar esta apresentação no Arquivo Digital da PO.EX]