De António Barros para Desidério Sargo, 27 setembro 2021. [Texto. Imagem]
Desidério Sargo feliz pelo seu interesse na peça: “Poesia Urro”. Valeu ter contemplado o MUDAS.Museu com estes segmentos da obra de Aragão, e muito graças às suas sinergias. Tenho vasta curiosidade e interesse no seu trabalho educativo. E, aqui, para além do enquadramento do trabalho de Aragão na palavra, escrita e leitura, estes rostos plurais e diversos são como páginas de um livro. Retratos. Retro_Actos. Vemos letras nos olhos, nos lábios, textos resultando do desenho do penteado e da barba. Mas o olhar, e a expressão, tanto mentem como falam verdade. Textos entre a testa e o mento. Aragão escondia a testa e o mento (esse lugar junto ao queixo) pois sabia o vasto legado que estava gerando para as gerações emerGentes. Escondia. Brincando. Como quem jogava com as crianças. O lúdico e o onírico. A ironia e o riso. A soltura. Essa respirAcção da Arte.Testa e Mento. Testa_Mento.
Mas tanto mais se resolve para além da letra e da palavra. Os silêncios. Apre(e)nder os silêncios. Pois os silêncios são as palavras que não foram ditas. O Urro convoca o silêncio. As lixeiras sonoras obrigam ouvir a Natureza. Essa natuReza. Toda essa oração.
Ora … Ora!
[Compósita. Imagens cortesia MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, intervencionadas com texto de António Barros em desafio ao diálogo: ao convivial, em alternativa ao telemático.]