Exposições com publicações colectivas do Arquivo Fernando Aguiar e da Coleção Moraes-Barbosa, no Museu de Arte John Young, Universidade do Havai em Mānoa, e na Galeria Avenida da Índia, Lisboa. [Imagens. Ligações]
Museu de Arte John Young (2020) | Galeria Avenida da Índia (2021)
Museu de Arte John Young, Universidade do Havai em Mānoa
O Museu de Arte John Young, Universidade do Havai em Mānoa, orgulha-se de apresentar pela primeira vez no Havai obras das coleções de dois grandes arquivos dedicados à poesia experimental, o Arquivo Fernando Aguiar em Lisboa e a Coleção Moraes-Barbosa em São Paulo. A exposição estará patente de 26 de outubro de 2020 a 28 de janeiro de 2021.
Ligação externa > https://hawaii.edu/art/networks-collaboration-and-resistance-in-between-portugal-and-brazil-1962-1982/
Durante as décadas de 1960 e 1970, a poesia experimental no Brasil e em Portugal resistiu explicitamente ao poder policial e militar, governos opressores e, em Portugal, protestou contra o colonialismo. A abordagem adotada por estes poetas pioneiros e os autores e artistas a que se filiaram – estão representados nesta exposição cerca de 400 – assumiu a forma de algumas das experiências mais radicais alguma vez vistas na publicação de revistas.
A poesia experimental considerou o gesto de escrever como um ato político que abriu um diálogo com o leitor, o mundo e a tradição. As publicações selecionadas nesta exposição incluem grupos e movimentos locais tais como Poesia Experimental, Noigandres e Invenção, poema/processo, Código e Mail-Art. A exposição é uma oportunidade para mergulhar neste rico universo de arte de vanguarda, visual, concreta e poema/processo que operou num cenário transnacional entre poetas em Portugal e no Brasil e que se estendeu a autores e coletivos da Espanha, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Japão. A exposição realça temas de redes, colaboração, resistência e apropriação, entre outros. Esperamos que estas publicações imaginativas, iconoclastas e politicamente subversivas possam inspirar os artistas e escritores de hoje.
Com curadoria de Maika Pollack e Rui Torres, a exposição é baseada num ensaio bilingue inédito de Rui Torres encomendado pelo Museu de Arte John Young, Universidade do Havai em Mānoa, disponível em livro e em eBook de acesso aberto (clique na capa do livro em baixo para descarregar o livro).
Uma versão desta exposição será apresentada nas Galerias Municipais de Lisboa durante o ano de 2021.
Imagens da exposição >
Fotografias cortesia de Wayne Kawamoto, John Young Museum of Art
A exposição em Honolulu no Museu de Arte John Young, Universidade do Havai em Mānoa, é possível graças a Pam Lichty e ao falecido Don Lichty; Departamento de Arte & História da Arte e Faculdade de Artes, Línguas & Letras da Universidade do Havai em Mānoa; Fundação John Young; Fundação Cooke; Fundação Estatal do Havai para a Cultura e as Artes, através de dotações orçamentais da Legislatura do Estado do Havai e do National Endowment for the Arts; e doadores anónimos.
Galeria Avenida da Índia, Lisboa
Curadoria: Rui Torres
Data: 26.06.2021 – 05.09.2021
Horário: Terça a domingo: 10h-13h e 14h-18h
Local: Galeria Avenida da Índia
Em colaboração com The John Young Museum of Art, University of Hawai‘i at Mānoa
As Galerias Municipais têm o prazer de apresentar Redes, Colaboração e Resistência em/entre Portugal e Brasil, 1962-1982, uma exposição com publicações coletivas do Arquivo Fernando Aguiar e da Coleção Moraes-Barbosa.
Imagens da exposição >
Fotos © Bruno Lopes, 2021. Cortesia de Galerias Municipais/EGEAC.
O Arquivo Fernando Aguiar (Lisboa, Portugal) contém cerca de 50.000 itens relacionados com a poesia experimental e visual, performance, arte postal, livros e edições de artista, Fluxus e arte conceptual, com destaque para a componente da poesia experimental portuguesa.
A Coleção Moraes-Barbosa (São Paulo, Brasil) é um repositório de arte conceptual e videoarte além de um arquivo de 15.000 objetos de dança e performance, música experimental, poesia visual, revistas e publicações de arte.
Destes dois arquivos privados foram selecionadas 34 publicações coletivas (livros, revistas, catálogos), disseminadas em redes informais, das quais se destacaram 75 obras de 41 poetas e artistas: Abílio-José Santos, Álvaro de Sá, Ana Hatherly, Ânima, António Aragão, António Dantas, António de Campos Rosado, António Nelos, Ariel Tacla, Augusto de Campos, Décio Pignatari, Edgard Braga, E. M. de Melo e Castro, Erthos Albino de Souza, Haroldo de Campos, Iberê, José-Alberto Marques, José Lino Grünewald, Julio Plaza, Leonhard Frank Duch, Liberto Cruz, Manuel de Seabra, Neide Sá, Nei Leandro de Castro, Nenn, Omar Khouri, Paulo Miranda, Pedro Osmar, Pedro Tavares de Lima, Pedro Xisto, Peo, Quirinus Kuhlmann, Regina Silveira, Régis Bonvicino, Ronaldo Azeredo, Salette Tavares, Silvestre Pestana, Sílvio Antonio Spada, Ubirajara Ribeiro, Willy Corrêa de Oliveira e Wlademir Dias-Pino.
Partilhando a língua portuguesa mas atuando em rede e circulando internacionalmente, estas obras permitem-nos entender uma variedade de coordenadas e práticas estéticas situadas na confluência de rede, colaboração e resistência. Por outro lado, os formatos e canais alternativos usados parecem prenunciar o modo como diferentes códigos e processos artísticos se misturam e agitam na atual sociedade em rede.
Ao identificar formas análogas de expressão que constituem atos comuns de resistência em Portugal e no Brasil, ainda que em tempos diferentes e em diálogo com comunidades distintas, torna-se possível observar uma intervenção social vital, promovendo uma ação poética e política, acionada por operações críticas de reinvenção da leitura e da escrita, da participação e da produção, da liberdade e da resistência.
As publicações escolhidas para esta exposição estão associadas a grupos ou movimentos mais ou menos locais (Poesia Experimental, Noigandres, Invenção, Poema/processo, Código, Arte postal, etc.). Porém, ao invés de abordar esses movimentos como eventos sincrónicos depositários de uma identidade local, examina-se a forma como a sua atividade cooperativa desencadeou formas radicais de inovação que sobreviveram aos seus próprios movimentos.
Para expor estas permutas e diálogos, propõe-se um conjunto de agregadores que caracterizam a diversidade material em exibição:
#resistência mobiliza obras marcadas pela ação, subversão e engajamento;
#método aciona experimentação, interseção e estrutura;
#colaboração sinaliza atos de cooperação, intercâmbio e diálogo;
#apropriação envolve operações de intermedialidade, tradução e adaptação;
#rede potencia formas alternativas de comunicação, difusão e circulação;
#pesquisa propõe releituras da tradição através da investigação e da invenção.
A exposição esteve patente no John Young Museum of Art, University of Hawai’i em Mānoa entre 26 de Outubro de 2020 – 28 de Janeiro de 2021, onde foi organizada por Maika Pollack e Rui Torres, com base num ensaio de Rui Torres.
Iniciada em 1999, a Coleção Moraes-Barbosa (São Paulo, Brasil) é um repositório de arte conceptual e videoarte além de um arquivo de 15.000 objetos de dança e performance, música experimental, poesia visual, revistas e publicações de arte. Atualmente, encontram-se em curso vários projetos com artistas, investigadores e críticos de arte que exploram o arquivo, bem como um projeto com a Universidade de São Paulo dedicado ao estudo da arte e inteligência artificial.
O Arquivo Fernando Aguiar (Lisboa, Portugal) contém cerca de 50.000 itens relacionados com a poesia experimental e visual, performance, arte postal, livros e edições de artista, Fluxus e arte conceptual, desde os anos 1960, com destaque para a componente da poesia experimental portuguesa. O acervo documental é constituído por livros, catálogos, revistas, revistas de artista, cartazes, desdobráveis, fotografias, slides e negativos, provas de contato, vídeos, poesia digital, cassetes, discos e CDs de poesia sonora e postais, entre outros.
Ligações externas >
- Página da exposição do site das Galerias Municipais: https://galeriasmunicipais.pt/exposicoes/redes-colaboracoes-e-resistencia-em-entre-portugal-e-brasil-1962-1982/
- Folha de sala da exposição: https://galeriasmunicipais.pt/wp-content/uploads/2021/06/FS_Redes_PT_web.pdf