DePur(o)Ar

Texto de António Barros sobre “DePur(o)Ar”. [Texto. Vídeo. Ligação]


O movimento das pálpebras dá, no mago vértice da condição de si, o ritmo obturador galvanizado pelo olhar. Este resolve-se entre a luz e a luminescência (Bachelard). A cortina do lugar claro é o gerador da palavra dita. A imagem convoca a evocação do ser vago. Na bainha do vento há um desenho d’ alma. Convulso. Uma visitação do espírito. Um polter geist redentor. AB, 2015.


“DePur(o)Ar”, imagética com versão sonora no idioma italiano, voz de Rita Cimino, será apresentado a par de “River”, 2012, de Augusta Villalobos e António Barros, em Bolognano, Pescara, nas montanhas, próximo de Roma, no espaço de Joseph Beuys, Piantagione Paradise, no Fifth Free International Forum, 2015, presidido por Arturo Schwarz, curadoria de Lucrezia de Domizio Durini, direcção de Emanuel Dimas de Melo Pimenta, e participação de Franco Zeffirelli, Phill Niblock, Mario Costa e Marco Bagnoli.

“DePur(o)Ar”, versão ‘light’, em apresentação física em Coimbra e Barcelona na operação artística internacional: TRANS[acto] #01, 2015 [International Year of Light and Light-band Technologies], inscreve o Arquivo Digital POEX, Universidade Fernando Pessoa, em po-ex.net/

“DePur(o)Ar” convoca ainda “Apokatastasis”, 1985 (António Barros, Artitude:01; José Louro, José Troya [Living Theatre], Rui Mendes, Silvestre Pestana), operação fundadora, em Coimbra, da urban life art [outdoor light performance] realizada, como suporte, no alçado principal do CAPC – Ars moriendi ao criador do Living Theatre, Julian Beck (1925-1985) aquando da sua morte durante as filmagens em “Poltergeist”, 1985, New York [polter – irreverente, geist – espírito; na parapsicologia: Recurrent Spontaneous Psychokinesis] para Steven Spielberg.

“DePur(o)Ar”, no manifesto residente em TRANS[acto] #01_Coimbra, resulta também gesto evocativo da vida e obra de Julian Beck que, com Judith Malina e o Living Theatre, em 1977, na, e com a comunidade artística do CAPC, criou uma performativa escultura social, vivenciação na senda ginsberguiana, realizada aquando a apresentação no Paço das Escolas da Universidade de Coimbra da peça “Sete Meditações sobre o Sadomasoquismo Político” (numa extensão da iniciativa “Alternativa Zero” de Ernesto de Sousa).


António Barros, 2015 [Texto Visual: António Barros | Voz: Rita Cimino | Edição: Augusta Villalobos; Henrique Patrício]. In > Fifth Free International Forum 2015 [‘Piantagione Paradise’, Joseph Beuys], Bolognano, Pescara, Itália.


V(l)er tb >


Actividades recentes de António Barros > Investigação em Imagiologia da Palavra, Facultat de Belles Arts, Universitat de Barcelona. Consultor do Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa, Universidade Fernando Pessoa, e Diretoria de Imagem na Universidade de Coimbra. Exposições no CAAA, Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, Guimarães; MUSAC, Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León. Colaborador das revistas ESC:ALA e TriploV, Lisboa; Cibertextualidades, Porto, e Mediapolis e Rua Larga, Coimbra. Obra nas colecções da Fundação de Serralves, Museu de Arte Contemporânea; Museo Vostell Malpartida, Espanha; Walden Zero – Transdisciplinary Art and Education Project, Locarno, Suiça; Archivio Guglielmo Achille Cavellini, Brescia, Itália; Fundação Bienal de Cerveira; Museu de Arte Contemporânea Fortaleza de São Tiago, Funchal; Círculo de Artes Plásticas de Coimbra; Universidade de Coimbra; Universidade do México; Câmara Municipal de Coimbra; Colecção Augusta Villalobos; Colecção Ernesto Melo e Castro, São Paulo, Brasil. Livros: “John CAGE, Música Fluxus e outros gestos da música aleatória em Jorge Lima Barreto”, Contaminações #1, e “Joseph BEUYS, Artitude:01 e progestualidades conexas na performance internacional”, apresentação de Lucrezia de Domizio Durini, Contaminações #2.