Texto de António Barros em diálogo com a sua obra ‘Arte sociológica’. [Texto. Ligação]
Transformei a Casa em Livro. E o Livro no lugar da habitação constante. Transformei o Corpo em Livro, e o Livro nos gestos do Corpo mesmo que ferido (em suas vozes de soltura).
Vesti o Corpo em Livro: ‘Texto ao peito’. Ainda E s c r a v o ( s ).
Ao Livro, feito traje do corpo, dei roupa encontrada. E, dessa RoUpA magra (roupa magra_rua magra), fiz livros até à nudez da Palavra. E à minha.
As Palavras roendo o corpo. Todo o Corpo até à memória. Sempre as Palavras. Larvas roendo o corpo. Sempre roendo o corpo e o Sentido – Palavras.
Fiz da Vida o Livro – convulsivo das leituras constantes.
Fiz da Vida um fazer de livros – para mim (e para os outros) como os livros dos outros fossem dores minhas (como filhos penteados num gel de ingratidão e nados nadas). Os livros dos outros. Sempre os livros dos ou(t)ros – auSentes.
Da vida, da V_Ida, um Livro.
Dei a Vida ao(s) Livro(s) em tantos dos seus conceitos. Com todos os seus (de)feitos -(d)efeitos e enfeites nados. Nados e fados. E obriguei ao Livro o Leito-Alma das Palavras Acordantes. Tudo porque “A palavra escrita ensinou-me a escutar a voz humana, assim como as grandes atitudes imóveis das estátuas me ensinaram a apreciar os gestos. Em contrapartida, e posteriormente, a vida fez-me compreender os livros” [Marguerite Yourcenar, ‘Memórias de Adriano’]
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