Contexto histórico e estético da Poesia Experimental Portuguesa, por Rui Torres, com análise de obras de vários autores. [pdf]
TORRES, R. (2014). Visualidade e expressividade material na poesia experimental portuguesa. In: TORRES, R. (Org.). Poesia Experimental Portuguesa: Contextos, Ensaios, Entrevistas, Metodologias. Porto: Edições UFP, p. 9-31. ISBN 978-989-643-121-1. Disponível em < https://po-ex.net/taxonomia/transtextualidades/metatextualidades-alografas/poesia-experimental-portuguesa-contextos-ensaios-entrevistas-metodologias >.
Da introdução > Embora o experimentalismo literário, mais do que um período literário específico, se apresente, ao longo da história da literatura, de um modo cíclico, articulado em práticas expressivas que se centram na materialidade significante e nos processos de semiose literária, certo é que, na segunda metade do século XX, um grupo de poetas portugueses, em sintonia com o movimento internacional da poesia concreta, baptizou as suas actividades como POesia EXperimental (a abreviatura PO.EX ficou a eles associada). A origem deste nome encontra-se nos dois cadernos antológicos denominados Poesia Experimental, publicados em 1964 e 1966, respectivamente, a que faremos referência neste artigo.
A história desse movimento da poesia experimental portuguesa está ainda por fazer, mas parece viável afirmar que nos últimos anos têm aumentado significativamente o interesse e os estudos sobre o tema, tanto a nível nacional quanto internacional, no âmbito de exposições e publicações colectivas, teses e dissertações, projectos de I&D e livros e antologias sobre o assunto. Assim, embora seja compreensível que o grupo da PO-EX, pela voz de Ana Hatherly, considere que o movimento foi uma “causa ingrata” (1985: 15), tendo obrigado os próprios poetas, principalmente entre 1960 e 1990, a assumir a função de persistente activismo e disseminação da causa – para a qual contribuíram com os seus escritos, manifestos e intervenções públicas -, é de igual modo inegável que as actividades que desenvolveram revelam hoje, numa sociedade em rede e caracterizada pela efemeridade e multimedialidade integradora dos fluxos de informação, uma actualidade e uma pertinência assinaláveis.
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