Artigo de Maria do Rosário Monteiro sobre Ana Hatherly publicado em Portfólio da Revista CCI-Cátedra Cascais Interartes. [Resumo. Ligação]
Descrição > Breve périplo pel’A Cidade das Palavras, por Maria do Rosário Monteiro, in: Revista CCI-Cátedra Cascais Interartes, nº 1, 2019, pp. 16-29.
Resumo > Este ensaio tem como objecto Tisanas, colectânea emblemática da produção literária de Ana Hatherly que se alteia como a criação da sua vida, como ela própria afirmou. Porque as assume como “itinerário de uma vida”, Ana Hatherly foi acrescentando Tisanas sem reescrever ou modificar as anteriores. Isso seria uma traição à concepção que as informa: serem uma “obra aberta”. De modo a delimitar o objecto de análise, esta reflexão centra-se em algumas Tisanas recolhidas de A Cidade das Palavras, reunião das primeiras 222 Tisanas. Sugiro haver uma intenção deliberada na composição das treze formas geométricas. Dada a educação religiosa de Ana Hatherly, o seu conhecimento da mitologia cristã, do pensamento oriental e da simbologia em geral, o número, no contexto das Tisanas, remete para o que é parcial e relativo, incompleto e sempre inacabado, o que se repete na inutilidade, mas que não tem fim, apesar de periodicamente interrompido. Neste treze, o quadrado negro é o centro, o elemento aglutinador. O ensaio “termina” em aberto, com uma última Tisana, que expressa a atitude de Ana Hatherly perante a vida, a academia, as mentes “cultas”, a repugnância ao status quo instituído, seja ele qual for, porque a tendência será sempre a do silenciamento, da normalização, da promoção dos mais obedientes ou dos mais oportunistas. Nada como o riso para perturbar intricadamente a ordem.
Ligação > http://online.fliphtml5.com/kyoil/thvz/#p=16
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