Uma Arte Social

Texto auto-biográfico de António Barros, a propósito da sua obra ‘Quem Não’. [Texto. Ligação]


Lonarte11-Arte Social, Galeria dos Prazeres + Suporte Urbano, Calheta. Ilha da Madeira. 19 e 20 de Agosta de 2011. [Obgestos] . Segmento: 2.3


António Barros. Nasceu no Funchal, 1953. Estudou na Facultat de Belles Arts, Universitat de Barcelona e Universidade de Coimbra.


Em “Artistas Portugueses na Colecção da Fundação de Serralves”, é o director do Museu, João Fernandes, quem enuncia: “António Barros é dos nomes relevantes do contexto da poesia experimental e das artes performativas em Portugal. A obra de António Barros objectualiza e espacializa o texto, explorando novas polissemias originadas pelo cruzamento da textualidade com uma visualidade iconoclasta e irreverente.”

De sensibilidade ‘fluxista’, a sua obra convoca não só uma ‘arte de situação’ debordiana como ainda a ‘Escultura Social’ de Joseph Beuys, tendo também trabalhado com Wolf Vostell no Vostell Fluxus Zug, Das Mobile Museum Kunst Akademie, em Leverkusen.

Se as suas artitudes convocam o situacionismo de Guy Debord ao visitar a ‘poésie directe’ francesa, Lawrence Ferlinghetti, pioneiro do Movimento da Beat Generation para a poesia – quando destaca a obra performativa “Revolução” em Cogolin, 1986 -, e Julien Blaine – ao publicar “TrAdição/Adição” e “Escravos” na revista Doc(k)s -, são quem primeiro internacionaliza a arte de António Barros.

Esta última atitude, em objecto-texto, é a que em 1984 um júri – integrando Sophia de Mello Breyner Andresen, David Mourão Ferreira, Urbano Tavares Rodrigues, José Carlos Vasconcelos e Manuel Alegre -, destacou no Concurso Nacional de Poesia ’10 Anos do 25 de Abril’, resultando este texto num elemento identitário do seu percurso “Visualista” – onde o objecto e a palavra sinergicamente se insinuam.

A resiliência com que sinaliza os seus gestos de escrita [progestos], leva-o ainda à territorialidade do objecto escultural vindo a criar, e para além dos seus múltiplos ‘environments’ como “Algias, NostAlgias” e “Amant Alterna Camenae”, o Prémio de Estudos Fílmicos Universidade de Coimbra, com que foram laureados Alain Resnais, Manoel de Oliveira e João Bénard da Costa.


Ver tb >