POR CHE _Elegia a Che Guevara

POR CHE _Elegia a Che Guevara

Diaporama para apresentação de Artitude de António Barros. [Imagens. Descrição]


António Barros, Por Che, 2023

Festival MADEiRADiG 2023 | What is Watt?
Centro Cultural John dos Passos
Ponta do Sol | Madeira | Portugal
30 novembro – 05 dezembro 2023


[  POR CHE _ Elegia a Che Guevara, 2020-2023, António Barros ]

A artitude que aqui se faz formular explora a arte do objecto na senda das operatividades, as geradas por Joan Brossa quando conjuga as reformulações metafóricas encontradas num quotidiano comprometido. Em si metido. Esta instalação resolve, almeja resolver ainda o jogo trazido por Gadamer, e aí o apagamento da palavra — ou de um caractere sua parte integrante — gera novas condições semânticas. Para muitos dos analistas é, esta, uma das condições identitárias e distintivas desta escrita, e seus hirtos hibridismos. A ironia, carregada de sentido crítico perante a sociedade vingante, é também um dos ingredientes explorados, procurando condição anímica, e logo educativa. Existem contaminações assumidas, como as caligrafias que se apressam a fazer justiça aos desígnios de Salette Tavares, essa pedagoga por estudar. A Arte de Acção é também uma das vascularizações a chamar os gestos situacionistas colhidos a Debord. A luz presente, ou ausente, resolve-se como a válvula que convida o leitor a novas leituras, outras, e assim a que este não se esconda na capa negra do “espectador cobarde e traidor”, pois Fanon está à espreita. Ernesto de Sousa também. Que arte fazer debaixo de fogo? Dos petardos, e das mentiras entre guerras presas a toda essa vascularização da competição, essa que tanto atormentou a sirene de Montessori. Vivemos em guERRA. E aí está toda uma iconografia dos punhais objectos, obgestos, encontrados depois de Duchamp, na senda de Brossa. A fealdade não é inocente, o devir de um pundonor a querer gerar espanto também não. Ou não estivéssemos construindo a coisa artística.  

Estamos perante um gregário forum digital, e não é o digital oriundo do dedo que aponta, indicador? Mas se há um dedo que agride afirmando, sinalizando quando incisivo orientas a mão e a luva que acusam, logo há três dedos que apontam para ti. Ensimesmado, fundes-te no retrato, retro_acto, do artista/autista e, logo és rápido no g_atilho do ódio. Da competição. O dedo é aí o mesmo. O dedo indicador preso ao gatilho. Guevara era médico. Olhar o doEnte, e o seu Ente, resultou na sua respiração. Lutos e lutas. Cada um procura a sua respirAcção. Gerz usou a trincheira, Burri soldou a insula vencida. Na guERRA, quando os rebentamentos cortarem a luz e ficares na escuridão, não tropeces nos fios da escrita. Ela grita. É esGrita.

Na luz da trincheira, 2023, António Barros


António Barros, Por Che, 2020-23


V(l)er tb >

António Barros | POR CHE Elegia a Che Guevara, in Translocal. Culturas Contemporâneas Locais e Urbanas, número 8 ( 2021)


[Agradecemos a António Barros a autorização que permitiu disponibilizar estas fotografias no Arquivo Digital da PO.EX]