Texto de António Barros sobre “EX_Patriar”, onde se formula uma narrativa identitária e distintiva da Poesia Experimental Portuguesa, PO.EX. [Texto. Ligações]
PO.EX – acronímia da Poesia Experimental enunciada por E. M. de Melo e Castro -, sinaliza, a partir de 1980, a ‘marca nominal’ de um domínio paradigmático do Visualismo Português.
É neste mesmo território que se inscreve o trabalho de António Barros, autor de “Retrato de Ana Hatherly e os poetas experimentais ao fundo, ou de Portugal um país que nunca ex(ins)istiu”, 1999-2010 [Texto Visual – conceito criado na moldura de “Po.Ex – Visualismo Português”, Museu Serralves, Museu de Arte Contemporânea do Porto].
Procurando uma nova condição semântica, a tipografia é aqui aplicada num suporte pretensamente pictogramático: a forma elíptica do suporte sustenta a letra P (Portugal). E assim se sinalizavam os veículos automóveis portugueses a circular no mundo, enunciando o símbolo – ‘identidade nacional’.
A composição gráfica ganha dimensão icónica, apresentando ainda a letra P sobre a letra O, expandida, enunciando Poesia (PO), exaltando assim o domínio da experienciação (EX), e a singularidade da Poesia Experimental Portuguesa.
Situacionista, desperta para uma leitura do país de hoje a emigrar de si: Ex- Portugal.
Esta peça ao ser vestida por um casaco negro, resulta parte integrante da obra “EX_Patriar”, 2012 – formulando assim uma narrativa identitária e distintiva da Poesia Experimental Portuguesa, PO.EX.
De relevante sentido sociológico, é agora obra simbólica do Portugal de hoje. Lugar de braços caídos num tempo que, de novo, veste o fato de trabalho para a convocada emigração. Todo um forçoso abandono da Pátria – EX_Patriar.
A edição do texto sobre vestuário de circulação urbana; interventivo (mas também lúdico; letárgico) inscreve o utente numa performativa Arte Social que, ao contrariar o efémero (PÓ), anseia excelência (EX).
Questionando o ‘estar’ e o ‘lugar’, galvaniza novas Artitudes. Procura transcender.
O gesto aqui editado (poemActo), pretende preitear Castro e Hatherly.
Ver tb >
- Retrato de Ana Hatherly e os poetas experimentais portugueses ao fundo, ou de Portugal um País que nunca ex(ins)istiu
- Ex_Patriar