Artista Con_viDA_DO [O preSente auSente ou o auSente PreSente, outro modus performativo]

Texto de António Barros sobre a artitude ‘Artista Con_viDA_DO’. [Texto. Ligação]


Como os demais, um Artista é um cidadão. Vive numa pretensa cidadania. Vive. Vivencia. Também na Cidade. Circula no mapeado que a Cidade obriga. Nas suas Ruas, entre Lugares. Nos seus Lugares trazendo Espaços. Pavimentos e Muros. Muralhas diversas. Movimenta-se na Cidade entre os seus diferentes recantos. Caminha nas Ruas olhando as Paredes como páginas de um Livro. A Cidade como um Livro aberto. Os textos são vários. Palavras nas paredes o obrigam. Obrigam à leitura. Coagem ou apelam. Há gritos e berros sem distinção. Urge distingui-los. Resistir ou exaltar o seu propósito. Apagar até. Ignorar. Ou simplesmente transfigurá-los na leitura. Numa nova leitura em nós.

Para continuar a olhar a paisagem, a natureza, esta nova natureza formulada pelas narrativas da cidade, o utEnte (esse Ente) re_inventa o que a cidade lhe oferece – o obriga.

E esse foi o desafio: re_inventar a cidade, as palavras da cidade, como quem habita um livro. Desfolhando-o.

Operação Cidade_Livro, Leituras do Lugar, titulou o projeto enquanto Processo para a construção de uma pretensa obra artística: obra em modo de artitude: “Se vão da Lei” (e será a artitude apresentada em público na iniciativa Sons da Cidade, no Museu Temporário de Memórias, em Coimbra, em data a anunciar, e com a participação dos músicos João Ferreira da Silva e Tiago Vaz).

No Processo – esse de como fazer gerar a obra -, foi formulada uma partilha. Consistia essa partilha em fazer comungar, em rede, os visitantes numa plataforma multimédia onde, diariamente, recebiam os textos.

Diariamente – durante 62 dias – os dias da iniciativa: 18a Semana Cultural da Universidade de Coimbra, vocacionado para o tema “O Livro”, e que se realizou entre 1 de março e 1 de maio de 2016. Os textos recolhidos, e reeditados, transfigurados – portando novas conotações -, ficavam assim disponíveis para uma nova leitura a realizar pelo público.

Resultavam assim, estes textos, como alvos para uma outra conotação – aqui galvanizada. Foi esta a comunicação externa primeira. Nesta circunstancialidade operativa resultaram cerca de mil comunicações na rede. E nesta plataforma, surgiu a solicitação de um dos utentes [ Ana Maísa ] para o acesso a um contacto oficinal.

Para esta realização formulou-se um encontro fora dos suportes multimédia, mas num dos espaços da cidade em observação. Do encontro – e do seu debate – surgiu então a necessidade de abrir a comunicação a outros potenciais interessados pela edição da palavra no suporte urbano, e das pedagogias que essas matérias convocam.

Realizou-se assim uma primeira apresentação – a palavra Na rUA, conjugando diversos elementos interessados (agentes da Escrita, da Materialidade da Literatura, da Poesia Visual, do Design de Comunicação, do Graffiti, da Arte em Espaço Público e da Educação pela Arte). [Ana Maísa, António Barros, Augusta Nascimento, Bruno Ministro, Henrique Patrício, Nuno Neves].

Neste contexto foi aconselhada a leitura, referenciando, de diversos Estudos, Ensaios e Dissertações. [O Estudo académico, em modo de dissertação, de 2013, IADE_Creative University, de Miguel de Almeida Portelinha, “Arte Urbana: Estratégias, Contextos e Técnicas”, foi um dos enunciados].

O Encontro primeiro convocou continuidade. E aí, obrigou a realização da iniciativa presente, em modo de pretensa tertúlia, e inscrito na iniciativa: Arte em Investigação, Atividade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e subordinado ao tema: “Se o graffiti alterasse alguma coisa, seria ilegal“. [Foram proponentes: Ana Maísa e Augusta Nascimento. Artistas convidados: António Barros e Miguel Portelinha].

Na impossibilidade de presença como Artista Convidado, solicitei a uma cidadã con_viDA_DA [Rita São Marcos] para proporcionar a leitura do presente texto e, com VIDA, dar forma a um CONVITE para assistirem – os presentes cidadãos -, num próximo tempo, à obra em artitudeSe vão da Lei, Gesto consequente a: a palavra Na rUA, que resultou da: Operação Cidade_Livro, Leituras do Lugar, realizada, de modo paralelo, na situacionista temporalidade da: 18a Semana Cultural da Universidade de Coimbra.


Como matéria de Consulta os interessados tiveram acesso à leitura prévia da Folha de Sala da artitude: Se vão da Lei. E ao texto em forma de convite a uma reflexão: Palco, Arena sem Ágora. [Tempo de leitura performativa 10′, por Rita São Marcos, “Arte em Investigação”, CES, Casa das Caldeiras, Universidade de Coimbra, 25 de maio 2016, 16h00, Artitude de António Barros].


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