A máscara

Texto de António Barros sobre a sua obra de arte social, [ a u t o f A (l) g i a s ]. [Texto. Ligação]


[  a u t o f A (l) g i a s  ]


O território desta escrita é ascensional. Eleva-se num esgrimir confluente onde os braços da natureza notoriamente se fundem e apelam.

O manto envoltório desenha a ilha que acolhe em seu contorno, em modo de lago, uma coroa de água na ilusão do querer alimentar as raízes e o sentido das ideias vagas. Razões da utopia. O manto sa(n)grado gerando o vinho e a água até o vazio. O belo ausente. Fealdade.

Em volta há caminhos contrários seguidos por vontades plurais. Agora di(ver)gentes. E há um não ver latente. O galvânico ilusório. Rumos solitários anulam-se na ausência dos passos negados à partilha de um ir conjugado. Há um não seguir, e um “diálogo” dos opostos para a incerteza. Tudo ocorre em volta da adormecida montanha vulcânica. Essa que denuncia valores numa dialéctica dos contrários nula e esvaziante. Sem quereres gregários. Mas há uma cegueira autofágica, impiedosa, soltando um apelo ao olhar – legenda de inquietações. Outras.

Há um lugar em risco. Risco de Ser. Para além do próprio ser em busca de um transcender-se de si. A máscara, “quando quis tirar a máscara estava pegada à cara” (Fernando Pessoa).


[  a u t o f A (l) g i a s  ], 2013, António Barros, Arte Social, Parque do Sorraia, Coruche, 28 setembro – 13 outubro, 2013.


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