Texto de Fernando Aguiar para a Antologia de Poesia Experimental Portuguesa publicada no âmbito da 3ª ed. de EV.EX – Évora Experimental 2022. [Texto. Ligações]
Tendo como referente o conceito definido por E. M. de Melo e Castro ao afirmar que “a poesia experimental é a problematização da invenção”, reúnem-se obras recentes concebidas nesta vertente da poética, e que abordam dimensões expressivas como a poesia concreta, verbo-experimental e visual, realizadas através de técnicas como a caligrafia, datilografia, eletrografia, scanografia, colagem, pintura, fotopoesia, poesia digital, até a propostas de poesia sonora e hipermédia.
Técnicas e suportes diversificados que os poetas experimentais nunca deixaram de explorar, observando diferentes caminhos para a palavra, para a poética e para uma reinvenção do texto literário.
Os poemas incluídos nesta publicação (parte integrante das atividades da 3ª edição de EV|EX – Évora Experimental 2022), praticamente todos inéditos, constituem uma concisa abordagem de 16 dos poetas experimentais em atividade, e são reveladores desta problematização e de uma procura permanente de soluções poéticas, gráficas e concetuais, sem deixar de refletir uma preocupação com os acontecimentos com que nos deparamos e com tudo o que nos afeta, produzindo igualmente uma poesia de contexto, de proximidade, convocando o leitor a ser parte integrante na descodificação do poema, não descurando os modelos estéticos que lhe são inerentes.
Encontram-se espaços de (re)significação, interligações semióticas onde a potenciação das palavras e dos sistemas de signos se conjugam para criar uma poética dinâmica, irreverente, na qual a necessária subjetividade solicita a interação com quem usufrui do poema.
Este brevíssimo preâmbulo não pretende fazer considerações ou uma análise sobre as diferentes participações, mas apenas sinalizar as linhas orientadoras na edificação de um conjunto de obras de invenção que pudessem problematizar a criação poética na sua dimensão estrutural, visual e literária.
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