Ilda Teresa de Castro para ‘Vulto Limite’, de António Barros. [Texto. Ligação]
LA glasses
ao cimo das escadas, a peça,
as escadas estreitas,
o espaço apertado.
a subida circular,
entre paredes altas,
estreitas e brancas,
como nas torres das basílicas e catedrais.
e ao cimo das escadas, a peça,
a presença.
distância e proximidade,
temperaturas afectivas,
o som, a mente, a visão
a voz que enche o espaço.
e a peça pertence à voz,
evoca-lhe as mãos,
o corpo, o ser,
ainda que a partir da aparência.
som e objecto congregam uma pertença,
uma materialidade
imaterial,
uma imaterialidade
emanada da matéria.
ao cimo das escadas, a peça,
e esse movimento mágico,
o da aura.
[Ilda Teresa de Castro, 06.03.2012, em Vulto Limite. Leitura da “peça”, memória do objecto-poema “VerDade”, de António Barros, com o som de “O Superman” de Laurie Anderson ao fundo, (“LA glasses”), Residência ateliê Rive Gauche, Calçada de Santa Isabel, Coimbra, 1984]
Ver tb >
- Vulto Limite, de António Barros