Não arte, Artitudes

Artitudes de António Barros em diálogo com António Aragão, no centenário do seu nascimento. [Imagens]


Legendas >

01. Para um retrato de AA
02. Bauman encontra Aragão _Ora _Ora
03. Do t_inteiro na paRede
04 a 06. O cão que [per]deu o homem
07. AA_Silêncio …
08. Em Fátima, com livro de AA na cabeceira, 2021, António Barros
09. Durante a doação de «Poesia Urro» ao MUDAS; e lançamento de «Vulcânico PaLavrador…»

Como o prometido o ido objecto aqui metido surge comprometido com uma performatividade no gesto de formular a embalagem que o transporta para uma linguagem comprometida. E logo encontramos comportamentos distintivos do Movimento FLUXUS Internacional. A assumida contaminação deve-se a um trabalho continuado que assumi com autores como: Robert Filliou, Serge III Oldenbourg, Wolf Vostell, Joseph Beuys e mais recentemente com Yoko Ono, artistas da Cultura FLUXUS.

Se o objecto: “Vulcão olhando o prato”, parte integrante de “Vulcânico PaLavrador”, inscreve-se nos domínios da Poesia Visual, a condição processual de vestir a peça de porcelana envolvendo-a num jornal para resultar na embalagem, convoca as tradições do lugar – arquipélago da Madeira – onde a população migrante fazia levar consigo os seus haveres mais íntimos. As louças domésticas, como que de activos objectos transitivos se tratasse.

Toda uma prática de perfil fluxista. Admite-se. Objectos_palavras trazendo Joan Brossa.

A virtual, ou mesmo ilusória, anulação da escrita de um jornal como suporte perecível e efémero conjuga uma ritualização do dia seguinte. É hermenêutico o gesto, este quando quer (d)enunciar que um jornal depois do vivenciado a_penas serve para embrulhar pratos [“peixe” dizia o povo, quando havia]. Mesmo quando traz a publicação apresentação autoral. Quem foi o escultor de Vénus de Milo? As peças ficam. Os autores passam. Mas passam a palavra. A palavra dita. Bem_dita. Mal_dita. A palavra que lava. A palavra que é lava. 

Incandescente. Ícone_decEnte.          Ente_PreSente_AuSente. Texto dado. Doado, com Augusto de Campos lendo, ao fundo.

Há toda uma elegia a António Aragão. PaLavrador. Página(s) de porcelana. Um livro (d)enunciando dizeres da palavra até ao fundo. Ao fundo do prato. A palavra. Quebrável. Sem a quebrar.         Sem quebrar. Palavrando.

Aqui parte de uma carta enviada ao encenador Ricardo Brito que, dado o constrangimento à minha participação presencial (devido a obrigações outras na Universidade de Coimbra), me representou nas cerimónias públicas no MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, no Centenário do nascimento de António Aragão.