5 Plátanos _ todos os dedos da mão

Por António Barros. [Imagens. Descrição]


5 Plátanos _ todos os dedos da mão … ou quando uma visualista artitude gera uma arte da acção. O poema comportamento.

António Aragão convulsivamente fazia-se (d)enunciar afirmando a sua assinatura identitária e distintiva: não façam arte, façam artitudes. E é no limbo dessa contaminação que esta operação se formula. Uma arte da acção gerada como poema do comportamento social, gesto gregário, uma “escultura social” (Joseph Beuys) na senda dos ensinamentos fluxistas, e de uma elegia às práticas educativas da Land Art, muito nos manifestos em Coimbra de Alberto Carneiro com José Ernesto de Sousa nas Artes do Conceito. E temos assim os desígnios geradores deste poema social. Poema vivo em apelo de vida em cidadania. Ou não será isto também a PoEx?

Estar em Coimbra obriga a acção. E são diversos os (d)enunciadores:


5 Plátanos _todos os dedos da mão – numa Visualista Arte da Acção – perante o lugar de uma ferida urbana.

Decidido pelo Poder e a Autoridade o abate dos 5 Plátanos [prática concretizada a 12 e 13 de setembro de 2022, Av. Emídio Navarro, Coimbra] restamo-nos confrontados com uma amputação da paisagem – convocando-se assim o buscar do tema: “Paisagens vulneráveis_Paisagens resilientes”, mas não apenas. Algumas atitudes/artitudes (d)enunciam-se, dolorosa_a_mente po_éticas. E para sempre restará no lugar contemplado uma ferida urbana.

A operação de artitudes conjugadas em: “5 Plátanos_todos os dedos da mão”, e que zelou por atribuição de estatuto de “obra de arte em espaço público” a estes cinco seres_árvores, foi gesto de uma “arte da acção”. Visualista.

Diagnosticadas que estão – fatalMente – as ausências, transita assim a causa para uma dimensão artística de progestos. E por isso convoca-se aqui o pretenso testemunhar do seu legado.

Obrigará à comunidade (no agora_ágora) fazer surgir um memorial – esse, o de pedido de desculpas à Natureza – pelo crime gerado. Logo um pedido de desculpas à Cultura, à Educação, à Arte e, a Novalis. À Poesia. Poesia_Dor. Desígnio dos poesiadores.

Os 5 Plátanos amputados à terra, disSecados e ocultados de modo veloz, surgem hoje no intangível desenhados no imaginário do progestual. 

Resolve-se assim a memória num convocar do testemunho formulado nos fragmentos do corpo vegetal, e fazendo-os residir em diferentes lugares da cidade. Tudo depois de resolvidos os ausentes objectos natura numa escrita_esgrita. Poderiam assim, estas artitudes, dar afirmação gregária às desCulpas pe(R)didas residindo em diferentes programas_gestos.

MagicaMente ocultados, resultam hoje aqui para a memória, os 5 Plátanos, em virtuais anéis nos cinco dedos da mão. Corpo vegetal, outro. Como desígnios de vontade, como progestos em si:

1: Vago movimento de Assunção_Ascensão, Parque da Cidade, Museu da Água, Coimbra. Convoca o gesto uma revisitação ao projecto: “Raízes_ou o imaginário veloz”, outubro, 2017, AB, https://po-ex.net/exposicoes-individuais/antonio-barros-raizes-ou-o-imaginario-veloz/ gerado para conjugar a peça símbolo – Barca Serrana trazendo texto nela aplicado – elevada num suporte, esse uma árvore resgatada nas margens do rio Mondego, árvore_vida, vítima do furacão Leslie, 13 outubro, 2018. Resultaria assim, globalmente, num projecto de escultura: objecto_livro.

2: Uma elegia a Carolina Michaëlis, Rotunda da ACIC, Coimbra.

3: Ser ÁRvore _Meu corpo vegetal _um intangível desejo de Alberto Carneiro?, 2017, Jardim Botânico, Universidade de Coimbra. [com contributos do CAAC_Centro de Arte Alberto Carneiro, Santo Tirso].

4: Desígnios para uma desconstrução museológica do lugar, Ponte da Portela, Coimbra.

5: MondEgo_MondeGo _ uma identidade das ausências, Rio Mondego, Hidroprojecto, Coimbra.

Registo do processo operativo: Revista Translocal #7 | Paisagens Vulneráveis _ Paisagens resilientes | 5 Plátanos_todos os dedos da mão | ou a anulação da paisagem _ferida urbana.

Um testemunho em construção – fragmento parte integrante dos 5 plátanos – residirá na antologia física de textos visuais: 100 sem, dez_escrita x 10, 2022-2023, AB, [MuseuSerralves; Visual Poetry Museum].