Por António Barros. [Imagens. Descrição]
5 Plátanos _ todos os dedos da mão … ou quando uma visualista artitude gera uma arte da acção. O poema comportamento.
António Aragão convulsivamente fazia-se (d)enunciar afirmando a sua assinatura identitária e distintiva: não façam arte, façam artitudes. E é no limbo dessa contaminação que esta operação se formula. Uma arte da acção gerada como poema do comportamento social, gesto gregário, uma “escultura social” (Joseph Beuys) na senda dos ensinamentos fluxistas, e de uma elegia às práticas educativas da Land Art, muito nos manifestos em Coimbra de Alberto Carneiro com José Ernesto de Sousa nas Artes do Conceito. E temos assim os desígnios geradores deste poema social. Poema vivo em apelo de vida em cidadania. Ou não será isto também a PoEx?
Estar em Coimbra obriga a acção. E são diversos os (d)enunciadores:
- https://coimbracoolectiva.pt/2022/08/28/cidadaos-tentam-travar-desarborizacao-a-comecar-pela-avenida-emidio-navarro/
- https://triplov.com/cinco-platanos/
5 Plátanos _todos os dedos da mão – numa Visualista Arte da Acção – perante o lugar de uma ferida urbana.
Decidido pelo Poder e a Autoridade o abate dos 5 Plátanos [prática concretizada a 12 e 13 de setembro de 2022, Av. Emídio Navarro, Coimbra] restamo-nos confrontados com uma amputação da paisagem – convocando-se assim o buscar do tema: “Paisagens vulneráveis_Paisagens resilientes”, mas não apenas. Algumas atitudes/artitudes (d)enunciam-se, dolorosa_a_mente po_éticas. E para sempre restará no lugar contemplado uma ferida urbana.
A operação de artitudes conjugadas em: “5 Plátanos_todos os dedos da mão”, e que zelou por atribuição de estatuto de “obra de arte em espaço público” a estes cinco seres_árvores, foi gesto de uma “arte da acção”. Visualista.
Diagnosticadas que estão – fatalMente – as ausências, transita assim a causa para uma dimensão artística de progestos. E por isso convoca-se aqui o pretenso testemunhar do seu legado.
Os 5 Plátanos amputados à terra, disSecados e ocultados de modo veloz, surgem hoje no intangível desenhados no imaginário do progestual.
Resolve-se assim a memória num convocar do testemunho formulado nos fragmentos do corpo vegetal, e fazendo-os residir em diferentes lugares da cidade. Tudo depois de resolvidos os ausentes objectos natura numa escrita_esgrita. Poderiam assim, estas artitudes, dar afirmação gregária às desCulpas pe(R)didas residindo em diferentes programas_gestos.
MagicaMente ocultados, resultam hoje aqui para a memória, os 5 Plátanos, em virtuais anéis nos cinco dedos da mão. Corpo vegetal, outro. Como desígnios de vontade, como progestos em si:
1: Vago movimento de Assunção_Ascensão, Parque da Cidade, Museu da Água, Coimbra. Convoca o gesto uma revisitação ao projecto: “Raízes_ou o imaginário veloz”, outubro, 2017, AB, https://po-ex.net/exposicoes-
2: Uma elegia a Carolina Michaëlis, Rotunda da ACIC, Coimbra.
3: Ser ÁRvore _Meu corpo vegetal _um intangível desejo de Alberto Carneiro?, 2017, Jardim Botânico, Universidade de Coimbra. [com contributos do CAAC_Centro de Arte Alberto Carneiro, Santo Tirso].
4: Desígnios para uma desconstrução museológica do lugar, Ponte da Portela, Coimbra.
5: MondEgo_MondeGo _ uma identidade das ausências, Rio Mondego, Hidroprojecto, Coimbra.
Registo do processo operativo: Revista Translocal #7 | Paisagens Vulneráveis _ Paisagens resilientes | 5 Plátanos_todos os dedos da mão | ou a anulação da paisagem _ferida urbana.
Um testemunho em construção – fragmento parte integrante dos 5 plátanos – residirá na antologia física de textos visuais: 100 sem, dez_escrita x 10, 2022-2023, AB, [MuseuSerralves; Visual Poetry Museum].