[Espacialização, Constelação, Poesia Concreta]
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Antes: textos visuais dos séculos XVII e XVIII recolhidos e organizados por Ana Hatherly: Labirintos de Letras, Labirintos Cúbicos, Labirintos de versos, Acrósticos, Anagramas e Cronogramas, Emblemas, Empresas, Enigmas, Escrita Ropálica, Texto-Amuleto, Ecos, Centão, Lipogramas e Versos de Cabo Roto.
Tradição de uma poesia inovadora (ou de inovação), coordenadas históricas da visualidade: a procura do visual e do figurativo na história da literatura.
In > Antologia de textos visuais dos séculos XVII e XVIII, Ana Hatherly
Intro: Da poesia visual à poesia concreta, ou ao contrário?
Poesia Visual – Forma de poesia baseada na dissolução das fronteiras entre géneros literários e visuais, passando o poema a ser uma entidade híbrida e intermédia, desse modo superando a exclusividade da linguagem verbal e dos elementos tipográficos, e promovendo a sua articulação com elementos visuais e plásticos.
In > Ao artista basta sê-lo, António Dantas
Da espacialização ao concretismo
Poesia Concreta – Forma de poesia baseada na espacialização e organização constelar dos significantes, desse modo promovendo a superação do verso como unidade rítmico-formal e a sua substituição por homologias e relações icónicas entre escrita, som, imagem e sentido.
Poetas paulistas :: dá-se por encerrado, a partir dos anos 1950, “o ciclo histórico do verso enquanto unidade rítmico-formal” (Campos, Pignatari e Campos, 1965: 154).
De acordo com Alfredo Bosi (adaptação nossa), a poesia concreta activa e mistura vários níveis:
- nível semântico: ideograma, apelo à comunicação não-verbal, comunicação polissémica, absurdo.
- nível sintáctico: atomização, justaposição, redistribuição dos elementos, sintaxe espacial e icónica.
- nível lexical: substantivos, neologismos, termos pluri-linguísticos.
- nível morfológico: desintegração do sintagma, separação de prefixo e sufixo, desconstrução ao nível dos morfemas.
- nível fonético: figuras de repetição (aliteração, rimas internas), jogos sonoros.
- nível tipográfico: abolição do verso, não-linearidade, uso construtivo de espaço em branco, ausência de sinais de pontuação, constelações e sintaxe gráfica.
- nível verbal: atomização do material linguístico, apagamento da estrutura narrativa implícita na linguagem.
Obras normalmente inscritas numa materialidade planográfica (obras bidimensionais apresentadas em superfícies planas). Técnicas de inscrição comuns: Caligrafias, Colagens, Desenhos, Pinturas; Dactilografias, Electrografias, Gravuras, Impressões Digitais, Letraset, Serigrafias, Stencils, Tipografias.
Um dos primeiros sinais que a poesia concreta comunica é a disposição gráfica dos significantes na página.
In > Lidança, Abílio-José Santos
In > O dedo, Fernando Aguiar
A espacialidade na organização do poema – a que Eugen Gomringer chamou de “constelação” – integra-se nas poéticas concretistas de rarefação da palavra.
In > Concretos e visuais (1986-2005), Armando Macatrão
A utilização do espaço em branco – a periodicidade – em substituição da pontuação. Esta configuração do espaço gráfico permite relações significativas inusitadas. Concentração e redução – “linguagem reduzida” (Gomringer).
In > Samples, Bruno Neiva
Procedimentos de aglutinação e justaposição, rarefação semiótica: legibilidade e ilegibilidade, redundância e informação.
In > Homeóstatos, José-Alberto Marques
> Fragmentos de uma experiância, de José-Alberto Marques, publicado no 2º número da Revista PO-EX, aqui em versão hipermédia de Rodrigo Melo
Consciência teórica, auto-reflexividade e po(é)(lí)tica.
In > Gramática histórica, Álvaro Neto
In > A reinvenção da leitura, Ana Hatherly
In > Anagramático, Ana Hatherly
Apropriação dos modelos da comunicação (telegramas, cartas comericias, etc), através da supressão e alteração de certos elementos constituintes dos respectivos formulários. Humor.
In > Cartas comerciais tipo, César Figueiredo
In > Mais exactamente p(r)o(bl)emas, António Aragão
In > Os bancos: antes da nacionalização, António Aragão
In > Cara lh amas, E. M. de Melo e Castro
Obgesto. Progesto. Poelítica.
In > Lástima, António Barros
A fragmentação discursiva recorre à repetição exaustiva de termos, com variações mínimas, introduzindo transformações progressivas no reportório apresentado.
In > Escravos, António Barros
In > Revolução, António Barros
Ideogramatismo: possibilidade de juntar elementos sígnicos distintos para produzir novas formas de leitura e interpretação. Não é um poema sobre algo, mas sim um poema que é uma realidade em si própria. Um poema que comunica a sua estrutura.
In > Ideogramas, E. M. de Melo e Castro
Sem título [Tontura]. Ideogramas (1961-62) >
In > Visão Visual Vocal, Américo Rodrigues
Hipnotismo (1’28”) In > Signagens, E. M. de Melo e Castro
> Mapa do deserto, de E. M. de Melo e Castro, publicado no 1º número da Revista Hidra; seguido de Releitura.
A poesia de inovação procura empregar todas as técnicas ao seu alcance para aumentar os níveis de informação e diminuir a redundância.
In > Intervenção urbana. Big-Bang, Poesia!, Gabriel Rui Silva
Dimensão verbivocovisual. Intermedialidade. Prática intersemiótica – diferentes códigos e práticas artísticas; diferentes técnicas de inscrição.
In > Poesia gráfica, Salette Tavares
> O Menino Ivo (cartaz s.d.) > Performance “O leitor compulsivo de alfabetos” | Interpretação fonética dos poemas visuais de Salette Tavares, Galeria Diferença, Lisboa, 3 de Fevereiro 2011
In > Caderno de Salette Tavares [Poesia experimental 2]
> Interpretação de Parlapatisse, por Bruno Ministro
A fragmentação da estrutura rígida do verso e da linearidade. Negação da sintaxe discursiva.
In > Poesia visual, José Oliveira
In > Cras! Bang! Boom! Clang!, Manuel Portela
A tecnologia e a máquina devem ser usadas como campo para testar os limites do conhecimento e da criatividade. A apropriação da tecnologia da máquina como uma realidade tangível na perspectiva informacional da Poesia Experimental.
Tudo pode ser dito num poema, E. M. de Melo e Castro
Aveiro – Elegia Minimal Repetitiva, Pedro Barbosa
Porto – Trovas electrónicas, Pedro Barbosa
Compilação de textos permutacionais – A literatura cibernética 1, Pedro Barbosa
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