Poema de E. M. de Melo e Castro, para António Barros, olhando o seu obgesto “Com Pés de Vegécio”. [Texto. Ligações]
Caminho e penso | E. M. de Melo e Castro
Para António Barros
olhando o seu obgesto “Com Pés de Vegécio”
caminho e penso
e a dor do caminhar intenso
iguala o prazer do pensamento tenso
que enquanto caminho o espaço venço
e enquanto penso o tempo alcanço
no mesmo enlace
mas num outro lance
penso enquanto caminho
com o fluir dos passos
e o doer nos pés
com os neurónios abertos aos espaços
das súbitas intuições
com as palavras certas
das subtis emoções
de pensar e andar
no ritmo telúrico do vento
caminho e penso
penso e caminho
sem sair do pensar
e sem andar um passo
porque do obgesto imana
a energia toda
contida no mistério
que é andar e ver
pensar e conhecer
a vida e a morte
que nos há-de viver
E. M. de Melo e Castro
Do Claro e do Escuro, Terracota Editora, São Paulo, Brasil, 2013.
V(l)er tb >
- Com Pés de Vegécio. Epitoma, por António Barros
- Com Pés de Vegécio, de António Barros