Primeiro número da revista ‘Poesia Experimental’, organizado por António Aragão e Herberto Helder. [Capa]
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Poesia Experimental Portuguesa
Natural da Madeira, António Aragão (1921-2008) nasceu em S. Vicente e faleceu no Funchal. Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e diplomado em Biblioteconomia e Arquivismo pela Universidade de Coimbra. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo estudado Etnografia na Universidade de Paris, onde fez estágio de Museologia. Frequentou o Instituto Central de Restauro, em Roma, especializando-se em restauro de obras de arte. Foi director do Arquivo Distrital do Funchal [agora Arquivo Regional da Madeira], tendo publicado diversas obras sobre história, urbanismo e etnografia do Arquipélago da Madeira. A sua produção artística inclui pintura, poesia, ficção e teatro.
Recorrendo à colagem e à montagem como dispositivos de estranhamento linguístico e de semiose intermédia, as suas obras intervêm materialmente nos discursos e nas inscrições de que se apropriam. Uma parte do seu trabalho visual, pioneiro na exploração das potencialidades expressivas da electrografia, caracteriza-se pela utilização de efeitos de homogeneização de textura e de distorção e repetição de imagem permitidos pela fotocopiadora. A ruptura semântica dos signos, obtida através da aglutinação de palavras e partes de palavras, tem assim uma contrapartida na própria ruptura da figuração da imagem, desfigurando deliberadamente os nexos verbais e visuais da representação. Sem dessemantizar completamente imagem e palavra, António Aragão consegue um poderoso estranhamento que coloca o espectador perante absurdas combinações de textos e imagens de um mundo sobrecarregado das mais variadas mensagens. Exemplos dessa justaposição de retóricas são as electrografias O elogio da loura de Ergasmo nu Atlânticu (1984), Merdade my son (1985) e Céu ou cara dente por dente (1987), séries publicadas em 1990 nos volumes com os títulos Electrografia 1, 2 e 3.
Obras principais > Realizou diversas exposições de pintura e poesia visual, tendo participado também no movimento internacional de mail-art. Pioneiro da poesia experimental em Portugal, foi um dos organizadores dos dois números da revista Poesia Experimental (1964, 1966). É autor das obras de ficção Roma nce de Iza morfismo (1964), Um buraco na boca (1971), Os 3 farros. Descida aos Infermos (com Alberto Pimenta, 1984) e Textos do Abocalipse (1992). Das suas obras de poesia, refiram-se Poema primeiro (1962), Folhema 1 (1966), Folhema 2 (1966), Mais exactamente p(r)o(bl)emas (1968), Os bancos antes da nacionalização (1975), Metanemas (1981), Pátria. Couves. Deus. Etc. (1982) e Joyciana (1982; com Alberto Pimenta, E. M. de Melo e Castro e Ana Hatherly). É também autor da peça de teatro Desastre nu (1981). De entre as suas obras verbivocovisuais, merece destaque Poesia espacial OVO/POVO, apresentada na XIV Bienal de S. Paulo (1977), com posterior exposição individual em Lisboa (1978) e em Coimbra (1980).
[Biografia escrita por Manuel Portela, Rui Torres e Bruno Ministro]
Website oficial sobre a obra de António Aragão > https://www.aragao.org/
Primeiro número da revista ‘Poesia Experimental’, organizado por António Aragão e Herberto Helder. [Capa]
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Caderno de António Aragão publicado no primeiro número da revista Poesia experimental. [Imagens. Ligação]
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Separata “Roma nce de iza mor fismo e poema fragmentário”, de António Aragão, publicada no primeiro número da revista Poesia experimental. [Imagens. Ligação]
Texto introdutório de António Aragão, organizador da revista Poesia Experimental 1. [pdf]
Texto teórico de António Aragão sobre a nova sintaxe espaço-visual na poesia concreta e electrónica. [pdf]
Pinturas de António Aragão da colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal. [Imagens]